Rio de Janeiro lidera proporção de espíritas no Brasil; católicos ainda são maioria, mas evangélicos avançam
- Conexão Verdade

- 7 de jun.
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Atualizado: 18 de jun.

O estado do Rio de Janeiro concentra a maior proporção de espíritas do país, segundo os dados mais recentes do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que 3,5% da população fluminense com 10 anos ou mais se declara espírita — índice superior à média nacional e que destaca a presença marcante dessa corrente religiosa no estado.
Apesar desse destaque, o catolicismo ainda predomina no Rio de Janeiro, embora em queda contínua. Atualmente, 38,92% dos fluminenses se identificam como católicos, número abaixo dos 45% registrados em 2010. Essa tendência acompanha o cenário nacional, onde a proporção de católicos também tem diminuído nas últimas décadas.
Por outro lado, os evangélicos seguem em crescimento. Em 2010, eles representavam 29% da população do estado; em 2022, já são 32%, o equivalente a 5,5 milhões de pessoas. Em 12 anos, meio milhão de novos fiéis se somaram às igrejas evangélicas — avanço que reflete a expansão contínua das denominações pentecostais e neopentecostais em todo o país.

Mudanças no mapa religioso fluminense
O retrato atual da religiosidade no Rio de Janeiro revela um estado cada vez mais plural. Além de católicos, evangélicos e espíritas, 2,58% dos fluminenses seguem religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé — um crescimento relevante em comparação com os dados de 2010. Há ainda 5,86% que seguem outras religiões e 16,89% que se declaram sem religião.
A capital fluminense apresenta diferenças significativas em relação ao restante do estado. No Município do Rio, os católicos somam 43,62% da população — índice superior à média estadual. O número de espíritas também é mais alto na capital, atingindo 5,11%. Já os evangélicos representam 25,48%, percentual inferior ao registrado no estado como um todo.
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Queimados, na Baixada Fluminense, chama a atenção por ter a menor proporção de católicos: apenas 23,1% da população local se identifica com essa religião.
Evangélicos crescem em mais municípios
O avanço evangélico também se reflete no número de cidades onde essa é a religião predominante. Em 2010, 19 municípios fluminenses tinham maioria evangélica. Em 2022, esse número mais que dobrou, chegando a 40. Já as cidades com maioria católica caíram de 73 para 52 no mesmo período.
Panorama nacional segue em transformação
Os dados do IBGE revelam mudanças semelhantes em todo o país. A proporção de católicos no Brasil caiu de 65% em 2010 para 56,7% em 2022, mantendo-se como a religião majoritária, mas em trajetória de declínio. Os evangélicos, por sua vez, saltaram de 21,7% para 26,9%, consolidando sua presença como o segundo maior grupo religioso do país.
As religiões de matriz africana, embora ainda minoritárias, tiveram crescimento expressivo: de 0,3% para 1% da população. O espiritismo, por outro lado, teve leve queda no cenário nacional, passando de 2% para 1,7%. O grupo dos que se declaram sem religião também cresceu, de 8% para 9,3%.
Diversidade e desafios
O novo retrato do Brasil e do Rio de Janeiro revela uma sociedade cada vez mais diversa em termos de crença e espiritualidade. Com o declínio da hegemonia católica e o crescimento de evangélicos, espíritas e praticantes de religiões afro-brasileiras, o país vive uma reorganização silenciosa, mas profunda, no campo religioso.









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