Estudo avalia VLT na antiga ligação ferroviária entre Magé e Petrópolis

Um trecho histórico da 1ª ferrovia do Brasil pode voltar a receber trens — agora no formato de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades, analisou a possibilidade de implantação de um VLT ligando Magé e Petrópolis, na Região Metropolitana do Rio, utilizando o leito ferroviário atualmente desativado.

O traçado proposto teria 6,5 km de extensão, cinco estações e integração com a estação Vila Inhomirim, no ramal de trens metropolitanos. A ideia é melhorar a conectividade entre as duas cidades e explorar o potencial turístico da serra.

Entretanto, o estudo aponta que o relevo acidentado na subida inviabiliza tecnologias convencionais de VLT, exigindo sistemas semelhantes aos utilizados no Trem do Corcovado. A iniciativa foi classificada como complementar à revitalização do ramal Vila Inhomirim, mas com soluções técnicas próprias.

Levantamentos baseados em dados de telefonia indicam que, no pico da manhã, cerca de 3,2 mil viagens são realizadas entre Magé e Petrópolis. O volume, considerando transporte individual e coletivo, não justificaria a implantação de um corredor de transporte coletivo de média-alta capacidade voltado principalmente a passageiros, reforçando o caráter turístico do projeto. Por esse motivo, o traçado foi retirado da Rede Planejada de Mobilidade.

Mesmo sem integrar a rede prioritária, a proposta está autorizada a avançar para a fase de licitação. Órgãos como INEA, IPHAN e INEPAC já concederam as autorizações necessárias, garantindo a preservação do leito ferroviário e o respeito ao patrimônio histórico.